Wood & Stock - Sexo Oregano e Rock'n Roll - Filme Completo.




A união de dois dos mais respeitados – e bem humorados – talentos dos quadrinhos e da animação do país teve como resultado o divertido desenho animado gaúcho em longa-metragem Wood & Stock - Sexo, Orégano e Rock'n'Roll. O desenhista de animação Otto Guerra diretor de Rock & Hudson (longa que falou de caubóis gays muito antes de O Segredo de Brokeback Mountain), da vida aos personagens de Angeli, cartunista dos mais conhecidos em todo o país, criador de uma vasta galeria de personagens inesquecíveis. Com Otto na animação e na direção, e Angeli no desenvolvimento dos personagens, o longa é um imenso sucesso.

A trama mostra com muito bom humor um grupo de personagens que, como se diz, “foram até Woodstock a pé e estão voltando só agora”. Ou seja, aquelas pessoas que curtiram todas as loucuras do movimento hippie dos anos 60, mas ainda não perceberam que – infelizmente – o mundo mudou. Agora, gordos, velhos, e deprimidos, Wood, Stock, Rê Bordosa (dublada por Rita Lee) e Meiaoito, entre outros, não conseguem se adaptar ao século 21.


Baseado em personagens de Angeli, tem ares de crônica sobre o mundo urbano e é filme de uma personalidade: Otto Guerra. Ele é um diretor gaúcho, louco por desenho animado, autor de pencas de obras que só raramente saem do circuito underground. Portanto, esqueça as tirinhas publicadas nos jornais – o filme é outra coisa – e se prepare para ver o mais furioso e divertido ataque já feito por um brasileiro aos desenhos animados convencionais.

Deixa de lado, inclusive, os personagens de Angeli que você já conhece. A estrela do longa é o porco Sunshine, vocalista da banda Chiqueiro Elétrico, com participação modesta na trama mas que rouba a cena cada vez que aparece. O filme conta a história de Wood, um hippie que, por excessos, cai duro, numa festa, nos anos 1970, e acorda nos dias de hoje. Reencontra o amigo e também hippie Stock. Como a mulher sai em viagem de recuperação espiritual e, pressionados a fazer alguma coisa na vida, a dupla sai pela cidade em busca dos integrantes da banda que tinham quando jovens.


No caminho, cruzam com Rê Bordosa, o Rhalah Rikota, os Skrotinhos entre outros. Até chegam a tocar na televisão, mas depois de seqüestrarem Roberto Carlos, o que foi tramado por Nanico e Meia Oito, dupla de revolucionários herdeiros da esquerda armada dos anos 1960. É gibi audiovisual e com imagens em movimento, cuja trama tem ares de crônica sobre o mundo urbano (e um ousado curta antes do filme só aguça esse aspecto).


E, especialmente, coisa do Otto Guerra: cinema independente, animação de autor, com amplos espaços para o visual e gosto por desenho expressivo, seduzido por personagens e histórias que possibilitem fazer do desenho animado algo especial. Tudo é muito divertido mesmo quando o ritmo cai ou as piadas, verbalizadas, não rendem tanto quanto o esperado.

A graça vem mesmo das ações da maior tribo de malucos já reunida por centímetros de tela. É filme imperdível para quem gosta de cultura pop e afins. Em tempo: a dublagem de Rê Bordosa, quem faz é Rita Lee, e a voz de Raul Seixas, é de Tom Zé. O filme foi realizado com apoio de programas voltados para filmes de baixo orçamento. Consumiu cinco anos de trabalho, devido a dificuldades patrocínio para obra cujo tema é, digamos, sexo e orégano.

“Com todos seus defeitos, Wood & Stock vai ser um divisor de águas no cenário da animação feita no Brasil. Estamos finalmente entrando na segunda infância e buscando uma cara própria para nossos filmes, que são baratos e cheios de espírito. Já fazemos isso, há algum tempo, nos curtas, mas o longa é um passo adiante”, conta o diretor.

No espírito do filme como os realizadores afirmam no material de divulgação do longa, só faltaram mesmo os Mutantes (Sérgio Dias teria pedido os cobres para liberar as músicas) para a trilha de Wood & Stock ficar completa. Como quem não tem cão caça com gato, foram incluídas faixas de vários colegas de Tropicália.


Rita Lee não somente empresta a voz a Rê Bordosa (o que lhe rendeu um inusitado prêmio de melhor atriz no Festival de Recife) como comparece no CD com "Hulla-Hulla", tirado do disco Build up, lançada por ela logo ao sair do grupo e "Eu Vou Me Salvar", que abre o longa-metragem. Já Arnaldo Baptista em fase solo comparece com "Woody Woodpecker".

Tom Zé dá as caras com "Um Oh! E Um Ah!". Júpiter Maçã é o ponto alto da trilha, servindo de música de fundo em vários momentos, com músicas de momentos diferentes de sua carreira. Tem várias de A Sétima Efervescência, como "The Freaking Alice (Hippie Under groove)", quase uma lição sobre cogumelos psicodélicos, e "Querida Superhist x Mr. Frog", mas também tem a maravilhosa "A Marchinha Psicótica de Dr. Soup", herdeira direta da psicodelia de Ronnie Von e das marchinhas ingênuas de Abílio Manoel - isso sem falar no hino "Um lugar do caralho".



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